Olho da janela as montanhas portuguesas,
Como olho as de Espanha.
Ali estás, Tui,
Aqui moro, Valença.
E o Minho lentamente flui
A nutrir sagrados vinhedos,
De alvas uvas alvarinhas.
Meus pés estão entre mundos
Tão distintos e fundidos,
Tão iguais e cindidos
Pelas águas de um rio
Apenas.
Logo ali eu vou a Vigo,
Feliz ainda por viajar contigo.
Logo além, Ourense,
Pontevedra, Sanxenxo,
E adiante a Compostela, de Santiago.
E amo as nuvens que esfriam
Este mundo a arder,
Que mantém a vida verde e
A crescer, frutífera.
Amo o frio e as neblinas,
E sou o vizinho de dois povos,
Irmãos que se abraçam,
Sorrindo,
Nesta aquífera esquina.
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