domingo, 8 de junho de 2025

As questões e as palavras recorrentes

 As palavras repetidas são ideias recorrentes

Não só a ti ou a mim, também a toda gente.


Quando se for o tempo, cansado de ser hoje,

Serei de mim momentos que ainda se escondem,

Serei o que eu sou com mistérios desvendados

E partes que hoje são uns rumos não traçados.


Quando vier o tempo, que há tanto é esperado,

Terei cumprido a vida que agora é horizonte

E assim tudo o que sou será o tempo passado.

Serei então memórias fluindo a não sei onde,


Átomo da História como a tudo corresponde.


segunda-feira, 2 de junho de 2025

O espírito de um perdedor (ou a estupidez da inveja)

 A Rússia é um país perdedor. 

Partiu de uma Idade Média tardia que durou até o início do século XX, a qual foi substituída por um Regime Totalitário, fruto-podre do Idealismo alemão aplicado à Economia. O comunismo soviético, além de causar milhões de mortos, incluindo uma parte do povo ucraniano através da “Grande Fome” (Holodomor), afogou-se no esgoto da sua incapacidade, ao fim pedindo ajuda ao Ocidente.

 
A Rússia jamais teve a competência de viver e conviver em Democracia. Manteve o espírito belicista de um império sem alma e sem talento, tentando aprisionar países que se haviam liberado do seu jugo. Achou que seria fácil retomar a  Ucrânia e imaginou que em “uma semana conquistaria Kiev”. Tenta ainda hoje, há três anos, conquistá-la, matando covardemente milhares de civis, raptando crianças, assassinando dissidentes. Chantageando o mundo livre com seu arsenal nuclear. A velha URSS, demonstrando que segue sendo o que há de pior…

A Europa, incluindo a Alemanha, tem sua parcela de responsabilidade, por ter acreditado que a ex-união soviética, comandada por um ex-diretor da KGB, poderia ser um confiável parceiro comercial…a resposta é a cara real deste monstro que assalta a casa do vizinho, mente sem qualquer noção de ética, e discursa sorrindo.

E pior, o governo do meu país, Brasil, está envolvido com os criminosos…


terça-feira, 29 de abril de 2025

histórias de uma vida (aos pediatras)

Era uma velha casa de madeira com parreiras no pátio,

Onde o menino cuidava das galinhas, dos cães e dos gatos,

Na rua onde se ouviam português, alemão, russo, italiano,

E os vizinhos, à noitinha, mateavam, confraternizando.


Ali descobriu o que era amar e ser amado, o piá criado

Pelos melhores que havia neste mundo para criá-lo...

E da casa no subúrbio foi às ruas, à escola, à academia,

E do mundo livresco ideal ao voluntariado nas favelas,


A atender as dores das gentes em corredores de hospital, 

As crianças doentes, e os bebés violentados pelo mal.

Dor pela dor alheia, luta pela alheia luta, a usar a Ciência. 


E, na lide, percebeu o Sentido que o viver se nos revela:

Mais que a humilde casa de madeira, muito além dela,

Lar e Obra foram o Mundo e as riquezas da Consciência. 





quinta-feira, 10 de abril de 2025

É primavera

Lambe-se o gato ao sol na varanda,

Fiel cumpridor do seu banho ritual,


E as andorinhas são as peças na banda

A compor com seu canto a voz do arraial.


Na tarde pacata também sou instrumento

Cumprindo o dever que, para mim, é direito:


Ser a voz que ressoa nos versos que invento. 


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Tristes tempos

Nestes estranhos dias, renasce o passado.

Veste-se de novidade ao vender a esperança

E confessa traição ao sonho mais sagrado

Que a Humanidade sonhou desde criança.


Ri-se a escumalha, ralé a antegozar vitória,

Predadores degradados, abutres, devorando 

Num banquete dos necrófagos da História,

A Vida e a Obra humanas, os reféns do bando.


Tristes tempos em que a ascese civilizatória,

Pela ação de milhões de heróis desconhecidos

De Sagrado Valor, com o tempo enriquecida,


É traída por gênios bufos da TV, sumo da escória.

Saibam, porém, tiranos: não seremos corrompidos,

Enquanto em nós houver Vontade e Memória!


domingo, 16 de fevereiro de 2025

Psicosfera do gaúcho

Nestes dias estou só. O gato e eu,

Como deserto, em jejum de gente.

Eu e o gato, sempre a ver em frente

As altas montanhas que pedi a Deus.


Tive, ao princípio, um estranhamento,

O descampado engendra desafios,

Ter-me em quietude trouxe um arrepio:

Como entreter-me só de pensamentos?


Então, eu percebi que existo em silêncio

Na psicosfera que exalo e me alimenta,

Lide, ideias, poesia e consciência.


E assim tem sido sempre, a sós comigo

Ao estar contigo, e ainda, em multidão,

Poeta eu sou, colho o maná da solidão.