segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

No atelier de Paul Cézanne


Onde a cor se expande e toma a forma, a linha esmaece.

Para quê a montanha dura e as árvores, se
Delas fluiam tons de siena, ocre, e alguns azuis que só tu,
Paul Cézanne, compreendias?
Ah! hoje eu sei: o azul das sombras, o azul das distâncias de Da Vinci,
O quase simbólico azul que faz profundidades
Veio à frente como pura cor, 
Desfez-se de ser sombra
E as veladuras romperam-se em tons
De claridade, liberando a abstração:
Terias disto a noção, Paul Cézanne?
Saberias que as tuas cores livres despertariam
Uma arte em que a montanha, as árvores e o vale
Seriam dispensáveis,
Tornando-se atributos do poder da cor?

Foi a Arte que nos disse
Por tuas mãos, pintor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário