segunda-feira, 12 de maio de 2014

quase tudo


Quase tudo o que comove, treme as bases,
Que disseca a carne viva da alma e, suave
Faz brotar  semente interna, molda a lava,
Doma a fera, lava o Homem, eleva a mente.

Quase tudo o que demove a absurda sina,
Que transporta o sol do fundo para fora.
Quase tudo o que aflora sonho e empina
O coração ao alto:  sursum corda“,

 (A transformar em povo o que era horda).

Quase tudo o que remove o que emperra
O que a vida quer que seja, e diz e berra!
O que é corda, paraquedas, dom e escada
Para alçar quem é ninguém a além do Nada.

O que se expande até o limite e daí pende,
Mas é a leveza no que pesam nossos dias,
É a língua mais arcaica que se entende:
          Símbolo, Arte, Poesia.

Detalhe de “Moulin Rouge“
Henri-Marie Raymond TL de Monfa

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