domingo, 7 de março de 2021

o tornado da lumpencultura americana

 Confesso que assisti ontem um pedaço do filme Twister, cinema-catástrofe americano. E me dou conta de que uma boa parte destas besteiras falsamente científicas, estes comportamentos de risco, agitação social, e indução às drogas e à violência que marcam nossos tristes tempos tem sido inspirada pelo cinema americano, tanto os de segunda quanto de primeira qualidade.

Pois este filme é um retrato compactado disto: os heróis são um bando de adultos doidos se expondo a risco de morte, sendo salvos somente por um roteirista idiota, um diretor irresponsável e muitos efeitos especiais (hoje já bastante fraquinhos, claramente malfeitos). Sem isto, os personagens estariam mortos nas primeiras cenas. Os vilões são os "cientistas acadêmicos", mostrados no filminho como gente ambiciosa, politiqueira e incompetente. Dois destes vilões acadêmicos acabam morrendo, como deve acontecer com qualquer vilão de produção americana. Conseguimos perceber porque uma estupidez como o movimento anti-vacinas tem imensa multidão de seguidores naquele país. O filme é uma sucessão de clichês repetidos à exaustão, e ainda assim teve as maiores bilheterias em mil e novecentos e lá vai pedrada, tendo sido indicado ao Oscar.

Indo além do Twister, há todo um lado mais pesado do American Movie, a crítica ao "establishment", o qual poderia ser traduzido hoje como o "comportamento adequado". Estes filmes de "destruição dos valores burgueses" não se limitam mais ao cinema "noir". Mocinhos e mocinhas, descolados, bacanas, curtem sua maconha, os traficantes e bandidos são gente muito legal, heróis da contracultura, de bom coração, enquanto as pessoas "adequadas" são medíocres seguidores do "sistema".

Sem falar nas impressionantes culturas do rap, funk, e mesmo o lado mais escuro do rock, ou seja, toda uma "lumpencultura" que tem acabado com a vida de muito garoto e muita garota ingênuos, sem educação formal e familiar adequadas.

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