sábado, 17 de julho de 2021

Os Frutos da Terra (lembrando de Gide)

 « Nathanaël, je t'enseignerai la ferveur.Une existence pathétique, Nathanaël, plutôt que la tranquilité. Je ne souhaite pas d'autre repos que celui du sommeil de la mort. J'ai peur que tout désir, toute énergie que je n'aurais pas satisfaits durant ma vie, pour leur survie ne me tourmentent. J'espère, après avoir exprimé sur cette terre tout ce qui attendait en moi, satisfait, mourir complètement désespéré. »

Les Nourritures Terrestres, André Gide


Desfruto a vida,
Que ela existe
Para ser usufruída,
Ela é fruta 
 A ser comida.
Se fruída ela apetece,
Se não fruída, 
Apodrece
Desconhecida.

Vivo o tempo
E sua relatividade.
Veloz paisagem
Quando o trabalho
É intenso, viagem
De lentos caminhos
Quase eternos
Quando medito
Ou penso.

Adentro
Nos escaninhos
Da alma
Rumo ao centro,
Atravesso Histórias
E países que trago
Dentro,
Até chegar
Onde há como um vazio 
No espaço-tempo
De onde brotam
O que sou e o movimento,
Meus amores,
E os mais
Preciosos dons:

Sementes de frutos
E flores.

Levo afora,
Aos campos da terra,
As sementes.
Planto, rego, colho,
Distribuo o que 
Flui à vida de mim
Com a devoção 
De um crente.

E desfruto 
A vida
Assim.
Intensamente.





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