domingo, 1 de maio de 2022

A perda de rumo

 Lendo um artigo sobre abandono de crianças e infanticídio na Grécia Antiga, e a História da Proteção à Criança surgida a partir  do Cristianismo, eu me dou conta de que o Ocidente retrocedeu aos seus lamentáveis primórdios. Longe de "valorizar a autonomia da mulher", a revolução feminista manteve a mulher como aquela que tem o "dever de livrar-se de seu pecado, ou de seu fruto doente" descartando seu bebé. A responsabilidade da degradação que é matar continua a ser da mulher, jamais do senhor (esposo, pai, etc). A mulher se mantém sem autonomia financeira, é ainda criada para ser a eterna (romântica) cumpridora dos desejos do seu amo e sofre o medo dos castigos da família ou do marido (traído?). 

A mulher é a grande sofredora das necessidades sociais para criar seu bebê, ao gerar "mais uma boca" para as políticas públicas. O Estado, este eterno macho, passa-lhe a "liberdade", o dever, de eliminar estes gastos desnecessários. Dá-lhe a antiquíssima opção de desfazer-se de seu fruto, uma tarefa que degrada sua humanidade.

O Ocidente decidiu retornar ao mundo pré-Cristão, tendo desde 1968 eliminado intra-útero mais de 40 milhões de seres humanos (estes são os dados dos Estados Unidos apenas, e até 2017). 

Sem falar na moda atual, progressista, de eliminar a vida dos seres humanos após 12 semanas gestacionais, ou durante a infância inteira e na adolescência. 

Retrocedemos ao atávico mundo das antigas tribos, em que a vida humana não era um valor "sagrado" (ou seja, um ambiente condizente com a atual guerra sanguinária).


Recomendo o bom e revelador texto:

L'EXPOSITION DES ENFANTS EN GRÈCE ANTIQUE : UNE FORME D'INFANTICIDE

Pierre Brulé

Érès | « Enfances & Psy » 2009/3 n° 44 | pages 19 à 28

ISSN 1286-5559

ISBN 9782749211466 DOI 10.3917/ep.044.0019

Nenhum comentário:

Postar um comentário