sábado, 15 de outubro de 2022

A sacralidade e os ateus

Sobre "sacralidade" da vida humana: um ateu culto pode dar-se conta de que o "não matarás" representa a base da Civilização Humana, que se desenvolveu ao transcender da Barbárie Original. A expressão "valor sagrado" tem o significado de valor fundador, fundamental, sem o qual não há Lei. É tão precioso que tornou-se o símbolo de "Primeira Ordem" na Lei Mosaica (uma das civilizações mais antigas e, portanto, experientes da Humanidade). Isto vale para reflexões sobre eutanásia, pena de morte, aborto, infanticídio.  Matar degrada pessoas e comunidades ao nível mais primitivo e bárbaro. 

Sobre o embrião, o mesmo ateu sabe que ele não representa um "aglomerado de células", que pode vir idêntico numa nova tentativa. Quem conhece um pouco de Embriologia e Genética, sabe perfeitamente, que um ovo humano, tem em si um arranjo genético ÚNICO, graças a todas as transformações moleculares, os crossing-overs, as influências intrônicas e modificações exômicas.

Do ponto de vista biológico, aquele embrião que se desenvolve não ocorrerá nunca mais, ou seja, ao matá-lo ele será eliminado da vida e da História Humana. É um Ser Humano, esta palavra que deveria ter um valor símbólico de "religioso", numinoso (de Numen), "divino" (independente de se crer num deus) para uma Civilização que se preze. Assassiná-lo significa retirar do futuro da Humanidade algum gênio, santo, ou qualquer pessoa, que merece ser recebida de braços abertos. Do ponto de vista biológico (e isto não tem a ver com fantasias transcendentais ), esta pessoa (única, específica) foi definitivamente descartada do futuro.  Independente de ela vir ao mundo com saúde ou doença. Pior ainda, eviscerar fetos plenamente senscientes após a 12ª semana é um crime covarde do pior tipo. Assim como o infanticídio ("after-birth abortion") recentemente legalizado na Holanda.

Hoje em dia há leis da Alemanha protegendo embriões de frangos! E os humanos?

De 1973 a 2017 foram assassinados intra-útero 40 milhões de seres humanos nos Estados Unidos (seria população de país inteiro) pelo uso "anticonceptivo" do aborto. A discussão técnica adequada a algumas situações deve ser feita  para liberar abortos quando há risco de vida de uma mulher adulta ou adolescente, com certeza. 

O resto é hedonismo grosseiro, insensibilidade desumana, conduta eugênica cujos resultados conhecemos bem desde o lema nazista da "vida indigna de ser vivida"  (Vernichtung lebensunwerten Lebens) de tão triste memória.

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