domingo, 9 de outubro de 2022

Aos rebeldes

Os heróis do Romantismo moderno tem sido rebeldes. Rimbaud, Byron etc., etc. Vendo a rebeldia da garotada atual pichada nas paredes de cidades históricas portuguesas como via o vandalismo generalizado das paredes do Brasil, eu fico pensando:
Caro rebelde que usa as paredes públicas como se fossem espaço seu, creio que você é um corrupto. Sem ser visto, escondido, você vandaliza o que não é seu, como o vagabundo engravatado rouba as finanças dos seus pais, do seu país, como se fosse coisa dele e dos aliados.
Se você sabe escrever com talento e criatividade, o faça no computador, em blogs, em papel, poemas, crie arte com palavras, estude com gana e estruture textos de crítica. Crie crônicas, contos. Se gosta mesmo de Inglês, aprofunde e escreva o que quiser nessa língua, ou em Francês, como bem queira. 
Se você ama desenhar e pintar, crie quadros, nas bases corretas seja papel, madeira ou telas, desenvolva um processo criativo só seu, desenhe. Aprenda a fazer murais e então participe de projetos de Arte Urbana, a pedido, onde seu trabalho será admirado pela coletividade. 
Mas se você é medíocre, se só sabe rabiscar algumas frases e "conselhos para o mundo", ou ainda pior, inventar uns garranchos incompreensíveis como fazem as crianças antes de se alfabetizar. Se seus desenhos são medíocres e só enfeiam a vizinhança, tanto que você rabisca no escuro para não ser visto, então, caro rebelde, tome uma atitude corajosa, vá à luta e assuma as consequências da sua rebeldia: faça em sua própria pele os garranchos, tatue-se com suas frases e conselhos, com seus desenhos malfeitos. Ou nas paredes da casa de sua família! Seja rebelde no seu próprio corpo, na própria casa, mas deixe nossas paredes em paz. Não nos roube a beleza dos espaços urbanos com a sua mediocridade.

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