sábado, 21 de abril de 2012

A deusa


Sonho a vida:
Sigo no antigo templo o cortejo
Em honra a uma deusa antiga.
Respiram-se ali incensos,
Imaginam-se sentidos,
Sondam-se símbolos,
Aspira-se a Eternidade
E silêncio.
Ali, porém, eu
Não vislumbro o meu sentido
E saio do templo, a correr
Indo ao campo colher tuas flores, Gaia,
Ao mundo, Demeter, a colher tuas flores
E a degustar a sucessão das horas,
Abandonando a Unidade
Para perder-me
Entre os opostos,
Delícia e dores
Dos homens e as minhas.
Mas tu, útero imenso, 
Mãe das frutas e do milho,
Dos vermes, do leão e da gazela,
Ventre de todas as crias,
Atávica matriarca das tribos
Também geras a consciência,
O tino de entender o sonho
Ao viver o destino.




 

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