sábado, 28 de abril de 2012

Imprecisa palavra

A palavra é imprecisa e
Da sua imprecisão,
Do que ela tem de vago,
A poesia brota, 
Como jogo de ilusão 
De algum mago.
Verte feito um trago
De paixão desconhecida,
Sonho fantasma
Flutuando pela vida,
Vibração de uma corda
Evocando uma cantiga,
Evocação de memórias:

Almas que fomos, esquecidas,
Invocadas como a um antigo, e grego, deus.

A palavra é o ventre
Para um passado perdido.

Mas a palavra a vibrar
Ganha o novo sentido,
Independente do que há
Ou do que haja um dia havido:

A palavra é a vida a criar
No teu ouvido.

A palavra é tua guia, poeta.

Por ela, vais  te desbravando,
Doido esteta, meio cego, tateando,
Meio e fim sintetizando
O que sempre esteve ali
E nem sabias:

Outra face da tua alma
Exposta na poesia.

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