sábado, 19 de janeiro de 2013

a idade chega


Tomar a vida para mim, dizer-lhe: tu és minha!
E todos os momentos, tê-los meus  e livres,
Poder ver no amanhã um completo mistério
Sem ter os passos certos das rotinas dadas.

Descerrar uma outra vida desta que eu tenho
E ver o que seria se não houvera sido,
Deixar-me navegar nas horas sem relógio
Vagar contente e tolo entre noite e dia.

Ser outro que não sou, mas o qual sempre fui
E atar meus dons a algum celeste corpo,
Sagrar-me nauta e singrar-me inteiro.

Abandonar, por fim, o mapa do tesouro
E desfrutar do ouro que eu sempre tive:
Desejos desta idade que minha alma vive.

2 comentários:

  1. Tomar a vida como cicuta
    de um trago
    morrer dela como morre
    um poeta magro
    quem nem o trovão escuta
    apaga-se com'o clarão da vela
    ao vendaval do monte

    tomar a vida como certa
    e morrer seguro como um asceta
    teso e duro
    quem o escuta ?
    quem escuta o poeta?
    Aquele que tod'alma assim berra
    por execução certa com ferro
    e cicuta
    mas a porta deste será sempre
    forjada a fogo e ferro

    (abraço)

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