sábado, 25 de março de 2023

Puer aeternus 3

 Vejo-me a envelhecer. 

As mãos que eram as minhas

Amarrotaram-se, e manchas marcam a pele.

Dói-me joelho, dói-me anca, dói-me às vezes

O pensamento. 


Mas canta igual, com o versejar que tinha

Ele mesmo, o infante a festejar nos meus poemas.


Voz de cristal, criando estrofes, sondando temas, 

Em Arte e Ciência, ele mesmo,

O eterno piá que, ao não crescer, 

É bem verdade, deu-me problemas,


Mas vejam só, a criança interna, 

Tão sonhadora e inda pequena,

É que, ao criar, sempre a brincar,

Faz-me sorrir, a cada dia,

Nas minhas penas.






4 comentários:

  1. E os belos olhos são os mesmos, de céus infinitos, sem tempo.

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  2. Deixa esse piá continuar a cantar dentro de ti, criando poesia a destilar pelos teus dedos abarrotados. És eterno!

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  3. A criança mais linda, que já conheci, na minha viva. Te amo, meu irmão. ♥️

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