segunda-feira, 4 de agosto de 2014

o perigo dos ideais


O homem tem no íntimo a visão do que há de ser,
E quem compreende o silêncio lá do fundo pode ver.

Mas, atenção!: a fruta rara que o futuro nos reserva
Se vem ao mundo fora de hora é a venenosa erva
Que incapacita a criatura de aceitar a realidade,
E a faz rígida, cruel, serva do ideal que a invade,
Capaz de matar pela paixão de um mundo sem defeito,
Cindir a tribo, destruir o germe do amanhã ainda imperfeito.

A percepção do ideal é uma faca de dois gumes:
Ou nos faz trazer ao mundo o céu que habita nosso peito,

Ou nos empurra aos abismos ao confundi-los com o cume.





Munchen


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