sábado, 20 de junho de 2009

catavento

A noite retém restos da tarde
Como memória adormecendo.
A ampla noite ao dia invade,
O azul purpúreo envolve a tarde
Que já o esperava, evanescendo.

E a brisa fresca lentamente aflora
De alguma fria caverna ou mar distante,
Ou desce a brisa da alta cordilheira
E, balançando os galhos da figueira,
Cresce em vento num instante.

A cidade silencia, sibila o vento
Nas frestas e janelas mal fechadas,
Sussurra o som das distâncias viajadas
Das montanhas à urbe de cimento.

O som noturno é um lamento,
Uivo soando enorme pelo pampa
Com a pompa de um coro em andamento:
Ritmo gaudério que a noite viva canta.

Dorme a cidade,
O pampa canta ao vento.






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