Uma roxa seda vem flutuando
Desde o alto do céu ao horizonte
E o violáceo, em negro se tornando,
Transforma o ver no oposto, num instante.
Mas não há negrume absoluto e
O enorme breu se borda com diamantes,
O infinito espaço se dá ao diminuto
Mundo, oferecendo tentações distantes.
O pensador dispensa o livro antigo
E olha o céu, objeto pesquisado.
Quer decifrar o mapa que o Amigo
Deixou no negro véu bordado.
O poeta acorda da diurna sesta,
( A noite é a vida deste bardo ),
E ele transmuta o negror em festa:
É a voz da noite o seu cantar ritmado.
As gentes sonham em quietos quartos,
Ouvem mensagens pela noite dadas,
O descobrir-se de almas são quais partos
Multiplicando idéias e estradas.
E há amores loucos, há gemidos,
Sussurros roucos de milhões de amantes:
A noite é amiga dos sentidos,
Enche de fogo os dias entediantes.
A seda violácea se esfumaça,
Brilha ainda mais diamante, e prata
Surge em fímbrias. O dia se dilata
Enquanto a antiga noite passa.
que lindo!
ResponderExcluirAs gentes sonham em quietos quartos,
Ouvem mensagens pela noite dadas,
O descobrir-se de almas são quais partos
Multiplicando idéias e estradas.
que bacana! tenho um amigo poeta!!!!!!
bj!