sábado, 20 de junho de 2009

Lorca

Tenho nas mãos sementes
De ouro
E na alma, cios lunares
Desde que quebrei
A ânfora antiga
E soube dos seus
Segredos.
E os segredos
Levam à altura
E aos fuzis.
Lorca que o diga:
Os segredos escondidos
São os que o mundo
Não quis.

Poético nome, Lorca.
Lembra-me amores
E bala e cova e forca
E a eterna desconfiança
Da força quanto à Arte.
Força e forca,
Lorca e poesia.
Segredos desnudados
São crianças
Brincando sem vergonha
Em qualquer parte.

Não partisse a ânfora
E seria, então, normal,
Respeitados segredos.
E não que houvesse
A idéia de rompê-la.
Porque havia segredos
Quebrei - a.
E ao ver, Lorca,
O enredo
Soube da força,
Da forca e dos fuzis
Que guardam
A sete chaves
O segredo
Que pode fazer de alguém
Alguém feliz.



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