sábado, 20 de junho de 2009

Sevilha



A Espanha espalha-se
Do Saara ao Cantábrico,
Do brio mouro amordaçado
Aos ares frios do Norte.
Na terra crestada
Pelo sol sevilhano
Laranjeiras ladeiam ruas
E as ruas são ramos
De algum tronco
Ou sonho,
No desenho fractal
Dos bairros da Judiaria.
A catedral recende
À mirra e lá repousa
O ouro inca
E o peso dos gritos
Infindáveis de reis índios
Aprisionados e mortos
E o peso de todos os sexos
Afrontados pelo horror
Católico,
A não ser,
A não ser,
A não ser
Pelo átrio perfumado
Onde há ainda a leveza
De um árabe menino,
Berber arquitetando
Alcazares
E escrevendo poesia
Em pedra:
Ancestral grafitti.



Nenhum comentário:

Postar um comentário