sábado, 20 de junho de 2009

Pop


O pop é pobre.

Usa as regras da Arte
Como disfarce do podre.

Acha beleza na blusa,
No jeans, na lata sem alma,
Tem como musa Naomi
Que, como a lata, é Campbell.

Gente de marca, de alma
Sem griffe , musculada
Gente em crise,
Gente anabolizada.

Gente que ri ante as câmeras
Antecâmaras da fama
(Câmaras de gás e de nada).

Gente que se corrompe
Para ser alguém um dia,
Transformando-se no avesso
De um verso que escreveria.

Gente que se engalfinha
Por migalhas de prestígio:
Fagulhas de uma fogueira
Acendida sobre o lixo.

Aparências e apetites
Se mesclam num lamaçal:
Miseráveis, vestindo Armani,
Com prestígio mundial.

Travestis da consciência
Entronam-se com inocência
No império Coca-Cola,
Tudo é coca e nada cola:
Tudo rui pois nada é essência,
Tudo tomba sem sacrifício
Com o sorriso perfeito
De um comercial de dentifrício.




Nenhum comentário:

Postar um comentário