sábado, 20 de junho de 2009

Pampeana

Ateia-se o fogo de chão.
Na noite fria,
Cercados de campo
Os homens
Silentes
Parecem não mais ser gente,
Só parte da imensidão.

Ventos antárticos minuanos
Murmuram lamentos gitanos.

Os animais se aquietam,
Não mais desejando nada.
É noite no pampa.
Enorme abóbada
Estrelada.

Campo frio, calor das brasas,
É estranha a vida de quem tem
A imensidão como casa.

Alguém canta uma cantiga
Que ouviu lá não sei onde.
(Canto de tempos passados).
O som do minuano responde.

Nada se pensa enquanto o mate
É passado de mão em mão.
A sabedoria é sorvida
Com silêncio da solidão.


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